Dos vizinhos indianos para a D. Graça - A saga continua

D. Graça: Olha, quando é que vais ver os teus pais?
Mia: Daqui a dois fins-de-semana.
D. Graça: Não vais já neste?
Mia: Não, porquê?
D. Graça: Então vais-me fazer uma coisa...
Mia: Diz..
D. Graça: Vais lá e trazes... como direi?...ai ajuda-me...
Mia: Não sei o que queres dizer!
D. Graça: Ó pá, aquilo que há lá muito...
Mia: Ovos moles?
D. Graça: Não! Não é nada disso... é pá.. ajuda-me! Aquilo, como se diz?
Mia: Aquela broa da outra vez?
D. Graça (a berrar): Não!! Aquilo que é lá da terra!!
Mia: Ó Graça, lá da terra sem ser ovos moles, só se for um moliceiro!
D. Graça: O que é um moliceiro?
Mia: São uns barcos típicos assim todos pintadinhos.
D. Graça: Ó pá, não é nada disso! Como direi...
Mia: Deixa lá isso, depois dizes-me quando te lembrares!
D. Graça: Mais que raio... esta minha cabeça anda de todo! Olha, já sei! Trazes-me um daqueles bichos (apontando para a tolha de mesa).
Mia: Um Galo de Barcelos?
D. Graça (a sorrir e a esfregar aos mãos): Sim! Um Galo de Barcelos, porra! E não é que não me saía o nome!
Mia: Mas o Galo de Barcelos não é de Aveiro, Graça!
D. Graça: Não é o quê!!
Mia: Não... o Galo de Barcelos é de Barcelos mesmo. Quem diria, hein?
D. Graça: Oh! Mas também não é para o norte?
Mia: É...
D. Graça: Então trazes dois! Um para mim e outro para ti, para a cozinha.
Mia: Para a cozinha?
D. Graça: Sim filha, para por em cima do frigorífico! Gosto muito desses bichos! Gosto de todos os animais!