E assim foi...

Há coisas que nunca mudam no meu Natal:

• O pijama-natalício-de-fugir, que inevitavelmente recebo de presente desde que me lembro. Desta vez foi oferta do meu pai. É enorme, de tecido polar, tem ursos, pompons, gola branca, as calças são de padão burberrys verde e vermelho e afunilam nos calcanhares. Deus, como é horrendo!!

• A capacidade cavernosa que adquiro nesta altura para comer como se não houvesse amanhã. Às tantas já estou cheia e a morrer de calor, mas não consigo parar. Há sempre espaço para mais um sonho, mais um bocadinho de arroz doce, broa, pinhões, venha daí essa fatia de bolo-raínha, ainda há bilharacos?, ah, com tanto doce, apetece-me algo salgado, vou agora petiscar estes pasteis de massa tenra, hmmm Ferrero Rocher!! Isto dura horas sem conta, e com a família toda a acompanhar até parece normal!

• Os comentários que, passem os anos que passarem, vão existir sempre! Frases como "oh, não precisavas de te ter incomodado, eu tenho muitas camisolas!", ou então,"com os livros todos da colecção do Público lá em casa, era escusado teres gasto dinheiro", até mesmo, "mais um perfume... este meu marido tem cá uma imaginação...", e ainda, "Mia, importas-te que ofereça a tua prenda à Tia Graça? É que eu já tenho tantos alfinetes, e até mais bonitos que este...".