Não sei o que se passou na geração que agora tem entre 30 e 40 anos. E falo particularmente das mulheres. Generalizando, é claro.
A maior parte das mulheres entre esta idade que eu conheço, quase todas divorciadas e algumas com filhos, sofrem de um "mal" que ainda não sei bem classificar, mas que se caracteriza por uma procura obstinada e completamente irreflectida - para não dizer patética - do homem da sua vida.
A coisa até aqui não teria qualquer problema se efectivamente os homens dessa mesma faixa etária, normalmente divorciados e alguns com filhos, não fugissem desse género de gente como o diabo da cruz! Enquanto as mulheres necessitam desesperadamente de um porto seguro, os homens de seguro só querem o carro!
Este desfazamento, o inevitável peso que o envelhecimento tem na mulher e a frustração de um casamento falhado fazem destas mulheres uns seres desesperados, com a auto-estima de uma caganita.
Vivem uma vida bipolar. Ora se sentem teenagers egocêntricas, com expectativas completamente irrealistas relativamente aos homens e às relações, ora deprimidas, desiludidas com a vida, com o amor, com elas mesmas.
Atiram-se ao primeiro Engenheiro, Doutor ou Arquitecto que aparece, fantasiam imenso sobre esta nova luz que apareceu ao fundo do túnel e agarram-se a ela como se fosse a única e última salvação para as suas vidas cinzentas.
Colocam expectativas irrealistas na relação, como se de repente, por artes mágicas, fosse resolver toda a mágoa do passado e preecher todos os anseios de amor, carinho e companheirismo.
À primeira desilusão - porque não se chegou à frente para pagar a conta no restaurante, ou porque adormeceu depois do sexo, ou porque demonstrou impaciência depois de três horas a falar dos filhos, ou porque não adivinhou o que ela estava a pensar... - voltam a cair no poço fundo da infelicidade.
De um momento para o outro começa a assombrar-lhes a certeza de que os homens são todos iguais, que não prestam, e até lhes vem à cabeça o quão felizes, apesar de tudo, já foram com os ex-maridos, que apesar de tudo são os pais dos seus filhos, e que apesar de tudo, já sabiam com o que contar, e que apesar de tudo, apesar de tudo, apesar de tudo, apesar de tudo...
A maior parte destas mulheres esquece-se que o que procuram no outro é exactamente aquilo que lhes falta a elas, a estabilidade emocional.
Às tantas, devíamos prestar mais atenção ao anúncio que diz "Se eu não gostar de mim, quem gostará?".
16 comentários:
Tenho muita curiosidade para ver o que será desta muldidão de mulheres quando tiverem 60, 70, 80... É que aí já não dá para brincar às teenagers.
Ok, eu tenho 32 por isso sou dessa geração e concordo com a maioria do que dizes (embora não me reveja pessoalmente) e conheço demasiadas amigas assim. Mas sabes? O problema é delas que não sabem ser felizes, mas digo-te que não é coisa para me tirar o sono, eheheh.
bjs Sandra
Não me parece uma questão geracional... parece-me mais uma questão de algumas mulheres q estão agora nessa faixa etária... faixa etária onde as nascidas em 81 também chegaram, querida Mia.
Anyway, como vês sou muito sensível a críticas atribuídas a gerações... porque sou da "rasca" e estas coisas soam-me sempre a frases como: "no meu tempo isto não era nada assim" ou "esta juventude de agora...".
Adiante: por ti, apesar da geração a que pertences, continuo a nutrir a mesma paixão assolapada que já conheces ;)
Gralha,
Espero que até lá encontrem paz de espírito e se tiverem muita sorte, quem sabe o príncipe encantado!! :)
Guga,
A mim também não em tira o sono, na verdade são poucas as coisas que me tiram o sono! Hehehe! Resolvi escrever este post por uma casualidade: na mesma semana conversei com 3 pessoas, com estas mesmas características, que nem sequer se conhecem umas às outras. Deu-me que pensar.
Lotus Azul,
Sim, é possivel que não seja geracional, mas sim uma questão de idade. Espero não me tornar numa mulher desse género!
Quanto às gerações, nunca me enquadrei muito bem nesse rótulo, até porque a minha é chamada de "geração dos 1000 Euros", e eu nem isso ganho! LOL! Oh miséria!!
Bom, o que interessa reter é que exijo fotos actualizadas da Princesa no meu mail! Qualquer dia a miúda vai para a faculdade e eu só me lembro dela de nariz ranhoso e baba no queixo!!!! :)
"A maior parte das mulheres entre esta idade que eu conheço" - pois, esse é problema, de não conheceres as outras ( e já agora, os outros homens, da mesma geração). Estás a generalizar.
Esse tipo de mulheres, que existem de facto ( e de homens, dos que descreves), não é exclusivo a determinada geração, sempre existiu e existirá. Daqui a menos de 10 anos, quando já tiveres passado os 30, provavelmente vais ouvir a mesma conversa de uma jonvenzinha de 25 anos, sobre as mulheres da tua geração, tal e qual como o estás fazer agora, com a arrogância cruel natural dos vinte anos.
Zeni,
Como é óbvio estou a generalizar, digo-o no primeiro parágrafo do post. E felizmente, conheço mulheres e homens desta idade que não se enquadram em nada do que descrevi!
Tal como a Lotus escreveu, provavelmente estes comportamentos não são típicos de uma geração, mas sim de algumas pessoas em determinadas fases da sua vida.
Não leves tão a peito o que escrevi, até porque não pretendi ser de modo algum arrogante ou cruel, e também não penso que a arrogância e a crueldade seja natural dos vinte anos, nem de qualquer idade.
A não ser, claro, se estiveres também a generalizar! ;)
Foste ao ponto que eu esperava, de me questionares se eu também estaria a generalizar! Ainda bem que nos compreendemos mutuamente.
De facto, a arrogância pode dar em qualquer idade, embora sendo arrogâncias distintas! Há um arrogância própria dos vinte, o que não quer dizer que todas as pessoas a tenham. Mas também te digo, se a tiverem, só fará mal se persistirem nela e não aprenderem com isso. Faz parte do amadurecimento. Folgo em saber que o teu texto é sobre um tipo de mulheres e não sobre uma geração. Mas sabes, quem lê o título do post, é lavada a pensar o contrário e por isso não te espantes se mais alguém mencionar a "arrogância cruel, natural dos vinte anos"!
Zeni,
Não tinha pensado na questão do título. Vendo por essa prespectiva não é, de facto, muito feliz!
Olha, estou cá para o que der e vier, hehehe!
Ui, menina, tanto "disparate"! :Þ
Pois eu diria que o teu texto descreve na perfeição as miúdas de vinte e poucos anos e, em alguns dos exemplos, até mesmo as adolescentes (também eu generalizando, claro, todos sabemos que cada caso é um caso).
É depois dos 30 que a auto-estima se consolida, que as inseguranças desaparecem, que aprendes verdadeiramente quem és e o que queres. E tudo isto faz com que, basicamente, as relações entrem numa nova dimensão, sem idealismos, sem "desesperos": sabes perfeitamente o que podes esperar dos outros, sabes perfeitamente o que vales, e não te contentas com menos que isso.
Mas, pronto, vá, tendo em conta que nasceste em 81, a malta perdoa-te o "devaneio" ;)
Rosa dos Limoes,
Espero aos 30 ser assim! Segura do que quero, porque ainda não sei bem. Pelo menos já sei o que não quero, por isso não devo estar mal de todo! :)
Eu nasci em 71. Felizmente!!
Mas eu tenho sorte numa coisa: com 25 anos já tinha aprendido a não cuspir para o ar!
Em 2016 falamos!
Farfallita,
Yap, personalidades!
Salseira,
Sim, espero que não me caia em cima! Que sirva o post para em 2016 voltar a le-lo e não me rever em nada do que escrevi!
Seria, sem dúvida, uma conversa interessante :)
Calma aí cotas! De certeza que era só uma piada da Mia. Ou será que há para aí uma data de egos ofendidos...?
É o chamado Síndrome MRP (Margarida Rebelo Pinto). Medo, mto medo!
Sou de 75 e, infelizmente, revejo muito do que descreves no meu dia-a-dia e por vezes, até em mim própria, não por querer mas porque aquilo que nos passa ao lado aos 25 anos deixa de passar aos 31 ou 32! Mesmo sem quereres, podes um dia ver-te incluída em situações que nem tu própria sonhaste que podiam acontecer. Quando por exemplo o suposto amor da tua vida se vai embora porque prefere viver para um emprego muito bem pago e não tem tempo para uma relação, ou arranja uma miúda 10 anos mais nova. Não desprezes as atitudes das outras mulheres sem entenderes de facto aquilo por que elas passam ou passaram. É nas situações complicadas que se vê quem realmente tem garra ou a autoconfiança de que falas. Não nos iludamos. Todas nós nos vamos abaixo um dia. Todas nós sonhamos em encontrar um homem que nos faça felizes e fique connosco até ao fim dos nossos dias. A vida é que nos vai ensinando. Um dia, mais tarde, poderás dar por ti mesma numa situação limite e não consegues saber porque lá foste parar. Então, lembra-te dessas mulheres generalistas de quem agora falas e repara se não te revês também um pouco nessa imagem!! No hurt feelings! Só quis deixar a ideia de que por vezes não somos aquilo que queremos mas aquilo que, na altura, nos é permitido ser!
puxa...que medo...
;)
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