terça-feira, abril 04, 2006

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Há cerca de um mês estava sentada numa mesa de café em Alcântara com a minha mãe e o Sr. Serafim, o empreiteiro que ía dirigir as obras do apartamento, que eu tinha acabado de conhecer.
Lembro de se ter falado sobre a instalação de electricidade, da escolha dos azulejos para a cozinha, do orçamento, da infiltração na casa-de-banho. Lembro-me do Sr. Serafim repetir vezes infinitas à minha mãe que ela ficasse descansada, que as obras durariam cerca de dois meses, que ela não se preocupasse, que ele tomava conta de tudo.
Lembro-me vagamente destas conversas.
E lembro-me de, sem qualquer motivo, me ter passado uma ideia completamente parva pela cabeça.
"Este homem vai morrer".
Esta ideia atormentou-me durante uns minutos, mas depois nunca mais voltei a pensar nela.
O Sr. Serafim morreu hoje.
Quando o colega dele me ligou para o telemóvel eu sabia exactamente o que se tinha passado. Não me espantei, não fiquei atordoada, foi só uma confirmação de algo que, sabe-se lá como, eu já sabia.

7 comentários:

Inútil disse...

Da próxima vez que falares comigo, vê lá se pensas "Este homem vai ganhar o Euromilhões".

Anónimo disse...

uuuhhhhh...spooky...ao menos acabou o apartement?

guga2004 disse...

Bolas... que surreal.

Sandra

Luisa Seabra disse...

Sexto sentido, Mia...
Também me acontece, mas ainda não previ a morte de ninguém, e ainda bem!

Mia disse...

Inútil,
Dream, dream, dream, dreeeeaaammm! (tem que ser lido a cantar)

Anonimo,
Nop! As obras estão a meio.

Guga,
A quem o dizes! Ontem fiquei meio abananada, mas já me convenci que tanto podia ter pensado o que pensei, como podia ter pensado "Este senhor vai ter um filho"...
I guess...

Luisa Seabra,
Considero-me uma pessoa intuitiva, sem dúvida, mas isto nunca me tinha acontecido. E sinceramente espero que nunca mais volte a acontecer!

Rosa disse...

Credo!

Ana Elias disse...

Ai Mia, que medo!!!!

Assim já não aceito o teu pedido de casamento!