terça-feira, agosto 03, 2010

É porque gosta mesmo de nós

Filho da puta ó cabrão! Estes gajos, pá! Fónix, palavra de honra, estes gajos... nunca há bófia quando é preciso. Isto não vêem eles. Estes gajos não vêem eles! Tá quieto...

A senhora desculpe, mas é que a gente anda nesta vida e é só stress, entende? Eu até era uma pessoa.. tou-lhe a dizer, era uma pessoa que nunca dizia asneiras. Mas depois... são muitos anos disto, sabe? E a senhora tava aí tão caladinha que eu nem dei por si e escapou-me. Desculpe lá, sim?

Ainda por cima a senhora parece, não me leve a mal, assim cheia de etiquetas e o raio. Quero dizer, assim chique. Eu só reparei porque já é raro a gente levar pessoas dignas na viatura, mulheres e tudo. E às vezes um gajo apanha com cada uma! Oh, a gente fala das que leva aqui, mas às vezes lá em casa não tem melhor!
A minha mulher um dia passou-se da marmita e partiu-me os vidros todos do carro. Não é deste, que este é do patrão. Também ai dela, que eu juro que não gosto de bater em mulheres, mas às vezes até nos passa uma coisinha má plos olhos e qualquer dia, eu já lhe disse, vai tudo a eito. Deus me livre, que eu não gosto de bater em mulheres.
Ela descobriu que eu andava com outra, que ainda por cima era mais nova que ela, e vai de me partir os vidros todos do carro, até este aqui da frente. Foram mais de 500 contos no arranjo.
As mulheres são do diabo. Não duvide, que eu tenho 46 anos e conheço-as bem, Quando ficam com ciúmes, parece que a gente nem as conhece, são capazes até se for preciso de matar. Tou a falar a sério!

Olha-me aquele... Oh tagarela, não sabes que a conduzir não se fala ao telefone!? Estes gajos têm grandes carrões e acham que podem fazer tudo. São os réis da estrada, queres ver. Depois, se for preciso, lá em casa é a mulher que manda nele.

Na minha casa é assim: eu não sou muito exigente mas, no mínimo, se eu saí da casa da minha mãezinha por uma mulher, ela tem que me tratar igual àquilo que a minha mãe me tratava. Comigo só resulta dessa maneira e é assim.
Até que conheci a minha mulher. E ela vinha mal habituada lá da casa dela e chegou até a recusar-se a passar-me as camisas. E eu pra ela "O quê??". Disse-lhe "Preciso de camisas para ir trabalhar", era quando eu trabalhava na restauração, "nunca passei a ferro e não vai ser agora que vou começar". E ela nada!
E a gente começa a fazer contas à vida, porque quando casámos era tudo bom: tinha um corpo jeitoso e era linda de cara, só que tinha um feitio danado. E a gente ao princípio não liga, mas depois é que as pessoas se revelam.
A minha mulher soube logo desde o princípio que eu tinha outras, e a coisa andava. Nunca faltei com nada lá em casa. Mas quando lhe cheirou que eu estava a ficar preso à outra mais nova...
E eu tava mesmo a ficar quase apaixonado, tá a ouvir? Atão em casa só levava porrada, no sentido da metáfora, e a outra dava-me todos os mimos e tratava-me como se eu fosse um rei.
Mas quer saber a coisa engraçada? Quando a minha mulher me partiu o carro, ao princípio eu fiquei fod... furioso, não é? Foram 500 contos!
Mas depois... parece que até fiquei a gostar mais dela.
Não sei explicar. Quando uma mulher vai ao ponto de partir o nosso carro à paulada. Caramba, é porque gosta mesmo de nós!

6 comentários:

Daniela disse...

Ai a serio?!
O resto não conta? Só quando é que nos passamos dos cornos, é que eles se apercebem que gostamos mesmo deles, a valer?! Homens homens...

Carla Santos Alves disse...

Nem faço ideia da tua cara a ouvir a história do taxista.
...bem, a mulher partiu-lhe o carro mas ficou com ele...

Anónimo disse...

MARAVILHOSO! QUE PÉROLA.

Maxwel Quintão disse...

AHAHAHAHAHAHAHAHAH
BRUTAL!!!!

Ricardo Pereira disse...

opah, essa é divina... e no fim de contas aquilo é tudo amor. valeu bem os 500 contos!

Panda disse...

Eu ao sair do táxi dizia-lhe das boas e valentes, oh lá se dizia.