Este é um amor antigo! Daqueles que, desconfio, são eternos!
Ainda era eu uma menina e já ele brilhava de lantejoulas, calças de couro justas, olhos carregados de preto, com a sua "voz chinfrim". Nessa altura ouvia a música - um vinil dos meus pais, uma ou outra música nas novelas - mas não sabia quem ele era.
Aos meus 14 anos voltámo-nos a encontrar na Livraria Portuguesa em Macau, onde, entre a pouca escolha de cd´s em português da altura, me veio parar às mãos um do Ney Matogrosso. Exerceu sobre mim o mesmo género de fascínio que sinto pelo António Variações. Meio bicho meio homem, voz muito especial, teatralidade, letras que só fazem sentido na boca dele.
Ontem, pela primeira vez fui vê-lo ao vivo. Este "Homem com H" não é um ser igual aos outros. Com quase 65 anos é uma serpente, é um elefante, uma ave de rapina, um felino. Prende o público num misto de sedução, lascividade, encanto e verdade, como poucos o sabem fazer. Ele é o espectáculo personificado.
Os músicos que o acompanharam estiveram à altura, sem dúvida. Bem como os técnicos de luzes, que estavam fabulosas.
Saí do Coliseu de Lisboa com uma sensação de preenchimento indescritível. Como quando sonhamos com um grande amor, que depois acontece mesmo numa noite de Verão. Sim, porque estas coisas só acontecem em noites de Verão. Como a de ontem.
4 comentários:
E como ele, o homem simples, é tão calmo e até tímido nas entrevistas. O oposto total. Gostava de ter ido :)
Também querooooooo!!! Buaaaa
Ontem não fui, mas já o vi, também no Coliseu. Um verdadeiro espectáculo! :)
Ado r-o, ró!!
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