quinta-feira, março 09, 2006

Casamento

Mas afinal, desde quando é que era suposto ter começado a pensar em casamento?
Um dia estamos todas solteiras, a beber como se não houvesse amanhã, a vomitar o jantar e a sangria, no flirt com tudo o que é masculino, e a dormir em casa umas das outras. No dia seguinte, já estão todas a escolher quintas, padres, flores e vestidos.
E ninguém me avisa que as coisas mudaram? De um dia para o outro, entrou tudo de uma vez só no corre-corre para o casamento!
É que para mim, isto é um choque quase tão grande como o da primeira vez que me disseram que tinha que me inscrever nas finanças e na segurança social, e que tinha que declarar os meus rendimentos! "Como? Mas o meu pai é que sabe dessas coisas!IRS?O quê ??"
Não é que eu não queira casar um dia, que quero! Nem sei bem porquê, mas desconfio deve ser por causa do vestido! E claro que já imaginei coisas!
Mas eu não tenho dinheiro nem para mandar cantar um cego, quando mais pagar alarvidades por um casamento! Onde é que as pessoas arranjam o dinheiro? Será dos pais? Recorrem ao crédito? Não precisam do dinheiro para outras coisas...sei lá, pagar o carro, prestações da casa, COMER??
Uma das minhas amigas que se vai casar este ano vai pagar 100 Euros por convidado. As contas são simples: 100 Euros x 200 convidados + vestido + banda + papelada + flores + convites = MEDO!!!
Os presentes e dinheiro que vai receber acabam por pagar o casamento, mas seja como for, é demais!
Desejo-lhe toda a felicidade do mundo, do fundo do meu coração, e como é obvio, lá estarei a soluçar compulsivamente, emocionada até aos dedos dos pés, a pensar que é a noiva mais bonita que alguma vez vi, enquanto devoro os camarões!
Até aqui tudo bem, cada um sabe de si. O pior, meus caros, é quando essas minhas amigas casadas me começam a pressionar "E tu, quando é que casas?", "É um dia que nunca se esquece", "Já namoras há quanto tempo mesmo? Já estava na altura!!".
Como se de repente, por terem casado, se lhes tivesse descido dos céus uma sabedoria irrefutável sobre relacionamentos amorosos. Resolvem passar de amigas a seres superiores, que me dão conselhos sábios e que sabem mais da minha vida que eu própria.
Felizmente, nem todas são assim, por isso mantenho bem presente na minha cabeça, o que a minha melhor amiga me disse durante o copo de água do seu próprio casamento.
Ali estava ela, vestida de noiva, às 4 da tarde ainda sem almoçar, numa roda viva para dar atenção a toda a gente que a chamava de 2 em 2 minutos. Parou, olhou para mim e disse-me: “ Mia, nunca te cases! A sério! Se quiseres fazer algo do género, opta por uma jantarada simples em tua casa e eu depois ajudo-te a lavar a loiça.”

8 comentários:

Ana Elias disse...

bem... cada um sonha com o que quer. eu não consigo associar as duas coisas: assinar um papel que diz que eu e ele somos casados- o casamento de facto- e a trabalheira e a pipa de massa necessárias a essas bodas de 200 convidados. Casei muito cedo, por paixão e opção... não era só eu e ele, porque parece que as testemunhas eram obrigatórias e depois os pais foram por arrasto. Além disso não sou intima de 200, nem 100 nem sequer 50 pessoas que achasse importante que assistissem à cerimónia.
Era bem pita quando casei e já pensava assim. Hoje continuo casada e a pensar da mesma forma. Quanto ao vestido: Podes usá-lo à mesma. Porque não apanhar uma bebedeira com as amigas vestida de noiva? Que se lixem as convenções.

izzolda disse...

Também não tenho nada contra as grandes festanças, cada um celebra as ocasiões como quer e pode! O que realmente não entendo são os balúrdios que se gastam para ter A)"tudo a que se tem direito" ou ainda ligeiramente pior, B)"tudo para ultrapassar os casamentos dos outros" - mais caldo verde, mais bandas, etc, elevando tudo ao expoente da loucura financeira ou ainda C) "tudo o que os outros tiveram". Não gosto que se torne "normal" ter bandas, ter três pratos diferentes, ter 2500 sobremesas diferentes (OK, desta parte até gosto e das frutas também). Tudo estereótipos/ideias fixas para alimentar negócios multimilionários e endividar casais e famílias até ao tutano! Mas enfim, que tenha tudo isso quer quer. Agora quererem que nós também desejemos tudo isso é demais! Casar sim, mas que ninguém se sinta obrigado a fazer tudo como "se faz". Ufa, desculpa o comprimento do comentário! Bom FDS ;)

Ana Elias disse...

Desculpem a ignorância, mas sou tão out nesses assuntos... O que é que é isso das bandas? São aqueles tipos que vão lá "dar música"?

Mia disse...

Lotus,
Primeiro, adorei a tua sugestão! Andar pelas ruas de Lisboa vestida de noiva é simplesmente genial! Qualquer dia ainda me dá a louca!
E sim, esses mesmo! Uma boa banda faz uma boa festa de casamento!
Isso e as sobremesas, claro!

Izzolda,
Sabes, eu por mim (e lá estou eu e as minhas ideias de drama queen) ia pasear pelos estados unidos, ía até las vegas e casava-me logo lá. Alugava o vestido mais piroso, o meu noivo também, com um Elvis gordo a fazer a cerimónia, e dois velhotes ingleses que fui buscar ao casino, como testemunhas! Era perfeito!!! :)

apipocamaisdoce disse...

Mia, só para dizer que tem casa à disposição em Madrid! ;)

Jasmim disse...

Simplesmente ilariante =)
o casamento torna-se uma autentica jornada...dias e dias de festa, despesa e chatices!!
Gostei principalmente da "ajuda pra lavar a loiça"

Bjs***

Acmea disse...

Realmente parece que a febre dos casamentos está de volta. Com as minhas amigas está a acontecer exactamente o mesmo, anda tudo em preparativos. Mas tens toda a razão neste teu post... Será que esta gente não precisa de comer?

Luisa Seabra disse...

infelizmente, nos dias q correm, vejo o casamento como uma complicada burocracia, q só dá chatices, e q depois, na hora da separação ainda mais chatices dá...mais burocracia, masi dinheiro gasto...e como hoje em dia casa-se e descasa-se com a maior das facilidades, prefiro ficar quieta...
...mas nunca se sabe!