sexta-feira, janeiro 06, 2006

...
Chamei-te nomes, magoei-te como só se magoa a quem nos ama, já fingi que estavas morto, chorei o teu nome de raiva, já cobri de lama a tua boca, cravei as minhas unhas nos teus olhos, cuspi o teu sangue enojada, já te pedi o que sabia não seres capaz de me dar, destrui os teus sonhos e suguei a tua alma, já te roubei o riso, a dor, o juizo, já quis fazer de nós eu a dobrar, já me ri dos teus medos e dos teus mortos, tornei o meu prazer em tua dor e tu deixaste.
Ontem queria que me abraçasses e disseste-me que não.
Meu Deus, como te amei naquele momento...

8 comentários:

disse...

Gostei da parte "...já quis fazer de nós eu a dobrar..."

Muitas vezes é esse o nosso problema, querermos que os outros sejam uma extensão de nós.

Ana Elias disse...

Se lhe cravaste as unhas nos olhos e ele sangrou, é bem provável que não te abraçasse... estava cego, e não te conseguia ver ;)


Agora muito a sério Mia: muito bom post! Gostei da sonoridade de "já te roubei o riso, a dor, o juizo"

apipocamaisdoce disse...

Amei.

. disse...

Somos criaturas estranhas, não somos? Ainda bem ;)

Rosa disse...

Pois... Às vezes só queremos o que não podemos ter. Felizmente, nem sempre é assim! ;)

izzolda disse...

Há 'nãos' que vêm por bem...

Mia disse...

Pé,
Ui, quantas e quantas vezes...
É bom encontrar alguém que não nos deixe fazer dele gato-sapato (adoro esta expressão)!

Lotus Azul,
Obrigada!

D@qui,
Amar desta maneira não é amar, é estar doente.

Pipoca,
Já estás em terras de Espanha?

Rosebud,
Muuuiiittooo estranhas!! E sim, ainda bem, caso contrário era tudo uma grande seca!

Rosa,
Felizmente! Não há nada pior que ser um eterno insatisfeito!

Mia disse...

Izzolda,
Há nãos que têm que ser ditos! Ou gritados!