terça-feira, julho 19, 2005

O meu amigo Cruz

Costuma dizer-se que há um cada grupo, mas eu não acredito nisso: o Cruz é só nosso - meu, dos meus amigos, e de mais ninguém!
No entanto, sou da opinião que cada grupo deveria ter o seu! É até um desejo que tenho: "Um Cruz por cada círculo de amigos"!
Por isso, se queres um Cruz no teu grupo, aqui vai a receita:
  • Só existem duas estações do ano: a fria e a quente. A roupagem na estação fria é composta por uma calça de ganga, uma qualquer t-shirt de uma qualquer Junta de Freguesia e uns tenis. Pode dar-se o caso de haver uma camisola mais quente, mas tem que ter obrigatoriamente o motivo Estrela Comunista. A roupagem da estação quente é mais simples, composta por uma t-shirt igualmente de uma qualquer Junta de Freguesia ou de alguma oficina da margem sul, uma calça/calção comprido e um par de chinelos.
  • Adereços que fazem parte de qualquer estação: barba por fazer, um capacete, uma mochila com um compartimento exterior para guardar dinheiro de países mais pobres que o nosso, um maço de Marlboro, um estranho isqueiro com fotografias de frutos e uns óculos de massa, se possível com uma aste partida, delicadamente colada com fita-cola.
  • Há que haver uma constante procura de engates nocturnos! Mas estão enganados se pensam que é um engate qualquer, naaaa!! Terá que habitar em cada Cruz muitos heterónimos, que podem ser cabeleireiros, fotógrafos, vagabundos... Mas com classe!
  • Onde houver mulheres loiras, ele está lá!
  • Onde houver mulheres morenas, ele está lá!
  • Onde houver mulheres ruivas, ele está lá!
  • Onde houver mulheres carecas, se a bebida for muita, ele está lá!
  • Cerveja, muita cerveja...
  • Palavras e expressões altamente ofensivas, diria mesmo cavernosas. No entanto, este domínio vocabular tem que ser aplicado minuciosamente, no tempo errado, à pessoa errada, num local totalmente errado.
  • Dançar: ritual habitualmente acompanhado de cerveja, que implica todo um movimento de alçar a perna ao próximo. O olhar é muito importante, normalmente desfocado.
  • Se há objecto que fascina um verdadeiro Cruz, é um mapa! Sim, porque se pensam em viajar, o Cruz tem que ser a pessoa do mapa. Recusa-se a perguntar direcções, e não partilha mapas com ninguém! Só ele sabe o caminho! Só ele é o caminho!
  • A mania dos números e dos cálculos é uma pista fundamental para a escolha do Cruz no teu grupo. Tem que ser aquele que sabe quantas calorias tem uma laranja sem casca!

Podem haver muitas imitações por aí, no entanto, se por acaso te cruzares com O Cruz no Bairro, com o verdadeiro, é impossível não o identificares. Se decidires aproximar-te, cautela! Porque ele também morde!

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